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FES apresenta emendas à Lei Orçamentária do Paraná

Garantir o pagamento da data-base 2020 aos servidores do Poder Executivo assim como a reposição dos quatro últimos anos, período em que o salário do funcionalismo ficou congelado, reservar verba para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e destinar recursos para a Conferência de Saúde dos Servidores foram alguns dos objetos das emendas à Lei Orçamentária Anual (LOA) elaboradas pelos sindicatos que compõem o Fórum das Entidades Sindicais (FES).

Há dez anos o FES tem a prática de entreger emendas e encaminhar para análise da Assembleia Legislativa através dos deputados. “Neste ano, além das emendas sobre a data-base, solicitamos também recursos para a Conferência de Saúde. Em todas as categorias há pessoas adoecidas vítimas de assédio e de outras práticas abusivas. Na reunião que fizemos ontem na sede da APP, pedimos à direção de todos os nossos sindicatos para que façam um levantamento dessa situação”, disse a professora Marlei Fernandes, da coordenação do FES.

Sobre a data-base, uma das justificativas do governo do Estado para negar o pagamento da reposição inflacionária aos servidores é a falta de recursos em caixa. Por esse motivo, a coordenação do Fórum decidiu apontar aos deputados de onde devem vir os recursos para que o governo honre seus compromissos. “Apresentamos uma emenda para que o governo reduza as isenções fiscais a grandes empresas. O governo deixa de arrecadar por ano cerca de 11 bilhões de reais, dinheiro mais do que suficiente para pagar os servidores e ainda fazer muito invetimento em saúde, educação, segurança e outras áreas. Outros estados como Santa Catarina, por exemplo, já reduziram as isenções e as empresas não quebraram e continuam gerando empregos”, detaca Hermes Leão, presidente da APP-Sindicato e integrante da coordenação do FES.

Todas as emendas passarão a partir de agora pela relatoria da comissão especial da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), onde serão analisadas. Posteriormente, as que forem aprovadas são acrescentadas à LOA e ao Plano Plurianual (PPA). Existe ainda a possibilidade de serem feitos destaques para que essas emendas sejam acolhidas por outros(as) deputados(as).

Com informações da APP-Sindicato.

Supremo “rasgou” a Constituição ao interpretar direito à data-base

Para os trabalhadores, decisão do STF viola texto constitucional para atender momento político

Em votação apertada, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o Executivo não é obrigado a conceder revisões gerais anuais no vencimento de servidores públicos. A tese recebeu seis votos favoráveis e quatro contrários, durante análise do Recurso Extraordinário (RE) 565089, com repercussão geral reconhecida, nesta quarta-feira (25).

“É uma interpretação completamente equivocada da Constituição. Na verdade é uma interpretação de momento político. Na nossa avaliação, com isso, o STF rasgou a Constituição no quesito do artigo 37, que diz respeito a data-base anual de todos os servidores”, comenta a integrante da coordenação do Fórum das Entidades Sindicais (FES), Marlei Fernandes.

A dirigente relata que os trabalhadores receberam com indignação o resultado da votação. Como a decisão vale para todo país, Marlei considera que todo o funcionalismo público passa a enfrentar mais um problema no processo de negociação por melhores condições de trabalho e garantia de direitos.

“É uma decisão ruim, mas vamos continuar a luta para que ano a ano possamos ter a reposição da inflação do período. Não acabou a data-base, mas é uma interpretação muito ruim. Um ponto a mais na mesa de negociação”, avalia.

O processo discutia o direito de servidores públicos do Estado de São Paulo a indenização por não terem sido beneficiados por revisões gerais anuais em seus vencimentos, medida prevista no artigo 37, inciso X, da Constituição Federal.

Para a maioria dos ministros do STF, quando o chefe do Executivo entender que não poderá conceder a revisão salarial anual dos servidores, deverá apresentar uma justificativa ao Legislativo.

Relator

No início do julgamento, em junho de 2011, o ministro Marco Aurélio, relator do caso, reconheceu o direito dos servidores à indenização. Para ele, a revisão não é vantagem, mas um componente essencial do contrato do servidor com a administração pública e uma forma de resguardar os vencimentos dos efeitos da inflação. Concluindo pelo provimento do recurso, o ministro lembrou que a revisão geral anual está assegurada no artigo 37, inciso X, da Constituição.

Na ocasião, a ministra Cármen Lúcia pediu vista dos autos. No retorno do julgamento, em abril de 2014, a ministra seguiu o entendimento do relator. Para ela, a omissão quanto à edição de leis para garantir revisão geral anual configura frontal desrespeito à Constituição, causando danos aos servidores paulistas, o que permitiria invocar a responsabilidade do ente estatal.

O ministro Luiz Fux, que seguiu o relator, considerou que o STF não pode ter uma postura consequencialista, e, em nome de consequências deletérias, violar a segurança jurídica e as normas constitucionais. “Não é possível que num momento em que se luta pela efetividade da norma constitucional se transforme essa regra em letra morta”, afirmou.

Para o ministro Fux, o julgador constitucional não pode se furtar a dar efetividade à Constituição. “Ser consequencialista para negar efetividade à norma constitucional faz com que o STF se coloque na posição do legislador, como esse houvesse um arrependimento tardio”, concluiu, votando pelo provimento ao recurso.

Divergência

A divergência foi aberta pelo ministro Luís Roberto Barroso. Para ele, o estado seria obrigado a avaliar anualmente a remuneração geral dos servidores, o que não significa necessariamente a concessão de aumento. O ministro votou pelo desprovimento do recurso, e contra o que ele chamou de “uma forma de indexação permanente”.

O presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, acompanhou a divergência. Para ele, o direito à revisão geral está condicionado pelas circunstâncias concretas de cada período, exigindo um debate democrático, com participação dos servidores públicos, da sociedade e dos poderes políticos.

Prevaleceu a tese defendida pelos ministros Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Edson Fachin, Teori Zavascki (falecido), Rosa Weber e Gilmar Mendes. Ficaram vencidos os ministros Marco Aurélio (relator), Cármen Lúcia, Luiz Fux, e Ricardo Lewandowski.

Constituição Federal

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

X – a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;

Tese do STF

Após o julgamento, foi fixada a seguinte tese de repercussão geral: “O não encaminhamento de projeto de lei de revisão anual dos vencimentos dos servidores públicos, previsto no inciso 10 do artigo 37 da Constituição Federal de 1988, não gera direito subjetivo a indenização. Deve o Poder Executivo, no entanto, se pronunciar, de forma fundamentada, acerca das razões pelas quais não propôs a revisão”.

FES, com Assessoria.

Servidores não aceitam retirada de direitos e governo deve apresentar nova proposta

As lideranças do Fórum das Entidades Sindicais FES e de associações e sindicatos das polícias civil e militar se reuniram na manhã desta sexta-feira (5) com representantes do governo Ratinho Junior para cobrar uma proposta concreta de pagamento da reposição. A data-base venceu no dia 1º de maio e o índice da inflação acumulada é de 4,94%.

Os servidores reiteram que não aceitam os 0,5% a partir de outubro, anunciados pelo governador à imprensa na última terça (2). As lideranças enfatizaram que aguardam uma “proposta decente” e que também não negociam retirada de direitos. O governo assumiu novo compromisso de responder às reivindicações em reunião marcada para segunda-feira (8).

O encontro de hoje foi na Casa Civil e contou com a presença de deputados. A greve continua.

Proposta do governo representa apenas 0,25% de data-base

Ao contrário da informação apresentada pelo governador Ratinho Junior (PSD) à imprensa, nesta quarta-feira (3), a proposta de reposição salarial para o funcionalismo público representa apenas 0,25% de data-base, bem distante dos 5,09% anunciados. A diferença é explicada por uma manobra do governo.

A data-base dos(as) servidores(as) vence anualmente no dia 1º de maio e a revisão dos salários tem como base a inflação, que nos últimos 12 meses foi de 4,94%. Já a proposta propagada pelo governo é pagar 0,5% só a partir de outubro, sem retroativo. Com esse atraso, de acordo com o Fórum das Entidades Sindicais (FES), na prática, a reposição equivale a 0,25%. O cálculo considera o período integral da data-base, de maio 2019 a abril de 2020.

“Isso é inaceitável. Com esse índice, uma funcionária de escola não compra nem metade de um pacote de arroz, não paga um quilo de tomate. Mais uma vez o governador desrespeita os trabalhadores”, disse o presidente da APP-Sindicato, Hermes Leão.

As lideranças sindicais destacam ainda que o índice restante da proposta anunciada, a ser dividido entre 2021 e 2022, não está garantido. O parcelamento foi condicionado ao crescimento mínimo de 6,5% e 7%, respectivamente, da arrecadação de impostos. Pela proposta do governo, a data-base dos próximos anos ficaria congelada.

“A data-base é anual, para recompor as perdas da inflação. Esse é um direito de todos os trabalhadores. O que o governo divulgou hoje para a imprensa não é uma proposta, é a retirada de direitos. A greve continua”, disse a integrante da coordenação do Fórum das Entidades Sindicais (FES), Marlei Fernandes.

De acordo com o comando da mobilização, a greve continua. O movimento quer uma proposta que contemple pelo menos a inflação dos últimos 12 meses e a negociação dos atrasados. Os salários do funcionalismo estão congelados desde 2016. A defasagem acumulada passa de 17%.

Segundo os estudos orçamentários do FES, a reivindicação pode ser atendida e não oferece riscos às contas públicas. Com base em dados da Secretaria da Fazenda, a despesa com pessoal é a menor dos últimos 10 anos. Em março, a imprensa oficial divulgou que o Paraná lidera o ranking nacional de saúde financeira.

A greve teve teve início no último dia 25 e a postura do governador, considerada autoritária, tem ampliado a cada dia a adesão ao movimento. Em Curitiba, os(as) servidores(as) seguem acampados em frente ao Palácio Iguaçu, sede do governo. Os(as) trabalhadores(as) continuam cobrando uma reunião com Ratinho Junior.

Ratinho Junior cancela reunião marcada para negociar com servidores públicos

Greve continua e mais categorias devem aderir ao movimento

A coordenação do Fórum das Entidades Sindicais (FES) recebeu no início da noite desta terça-feira (25) a informação de que o governador Ratinho Junior (PSD) determinou o cancelamento de uma reunião que estava marcada para esta quarta-feira com o comando da greve dos servidores públicos.

O encontro estava previsto para as 11h e tinha o objetivo de resolver o impasse criado pelo próprio governo por não recompor, desde 2016, as perdas da inflação nos salários do funcionalismo. Não foi informado o motivo do cancelamento.

Para a coordenação do FES, a decisão do governador demonstra, mais uma vez, sua falta de interesse em dialogar com os servidores e buscar uma solução para a greve. A expectativa é de que Ratinho Junior reveja o posicionamento.

As lideranças sindicais reiteram que o movimento continua e vai se ampliar com a adesão de mais categorias. Em Curitiba, está mantida a programação com concentração em frente ao Palácio Iguaçu, às 9h, e protesto em frente a Secretaria da Fazenda (Sefa), às 15h.

Só promessas

Em 2018, Ratinho liderou um grupo de deputados na Assembleia Legislativa do Paraná para exigir da ex-governadora Cida Borghetti o pagamento da reposição salarial, a data-base. Na época, o então deputado publicou em sua rede social uma entrevista, de cerca de quatro minutos que concedeu ao vivo a um canal de TV, onde defendeu a reivindicação dos servidores.

Durante a campanha eleitoral, Ratinho Junior prometeu se reunir com os sindicatos em um dos primeiros atos do seu governo para garantir o pagamento da data-base. Passados seis meses de gestão, Ratinho ainda não se reuniu com os sindicatos.

No início deste ano, em outra promessa, o governo disse que teria uma proposta até o final de abril. Não cumpriu.

O governo só passou a dialogar oficialmente com os trabalhadores depois da manifestação que reuniu mais de 10 mil em Curitiba, no último 29 de abril. Dessa vez a promessa era apresentar uma proposta em até 30 dias.

Foram realizadas oito reuniões entre técnicos e lideranças dos sindicatos para debater a pauta de reivindicações. O prazo acabou e o governo não fez nenhuma proposta, empurrando os servidores para a greve.

Dois meses de salário a menos

Os trabalhadores reivindicam o pagamento de 4,94% referente a inflação dos últimos 12 meses, e a negociação dos atrasados. As perdas acumuladas passam de 17%. De acordo com o economista Cid Cordeiro, os servidores estão deixando de receber o equivalente a dois meses de salário por ano.

Segundo os estudos orçamentários do FES, com base em relatórios oficiais divulgados pela Secretaria da Fazenda, o governo Ratinho Junior tem condições de atender a reivindicação dos servidores sem qualquer risco para a saúde financeira do estado.

As informações são assinadas pelo economista Cid Cordeiro. O especialista destaca que o gasto com pessoal é o menor dos últimos 10 anos. Em março deste ano, a imprensa oficial do governo do Paraná divulgou que o estado lidera o ranking nacional de saúde financeira. Em 2018, a arrecadação com impostos foi R$ 2,2 bilhões maior do que a previsão da Sefa.

É GRAVE, É GREVE!

Pauta unificada

  • Pagamento da Data-base;
  • Retirada do Projeto de Lei Complementar 4/2019 da ALEP que destrói a carreira do funcionalismo público estadual;
  • Abertura de concurso público;
  • Defesa da Previdência Pública;
  • Humanização da perícia médica no Estado;
  • Melhores condições de atendimento da saúde dos(as) servidores(as);
  • Garantia do direito de greve e retirada das faltas atribuídas ilegalmente;
  • Concessão de licenças especiais.

Fes faz nova mobilização e mais categorias confirmam greve a partir do dia 25

O Fórum das Entidades Sindicais (FES) realizou, na manhã desta terça-feira (18), mais uma mobilização pela data-base. Servidores e lideranças dos sindicatos se reuniram em frente ao Palácio Iguaçu.

Com a pressão, o governador Ratinho Junior (PSD) recebeu deputados estaduais que compõem a bancada de Defesa do Serviço Público.

A coordenação do FES explicou que o governador não apresentou proposta para pagamento da reposição salarial do funcionalismo, mas teria informado aos deputados que ainda está discutindo o assunto com sua equipe.

No período da tarde, o comando estadual para a greve unificada dos servidores esteve reunido. Os representantes dos trabalhadores deram continuidade nos preparativos da paralisação por tempo indeterminado a partir do próximo dia 25. Continue reading

FES cobra reunião com Ratinho e reafirma greve unificada a partir do dia 25

A coordenação do Fórum das Entidades Sindicais (FES) se reuniu na manhã desta sexta-feira (14) com representantes do governo do Paraná. As lideranças oficializaram o comunicado de greve unificada dos servidores públicos estaduais a partir do próximo dia 25.

De acordo com a integrante da coordenação do FES, Marlei Fernandes, o movimento exige uma reunião com a presença do governador Ratinho Junior (PSD) e a reposição da inflação dos últimos 12 meses, a data-base. Continue reading

FES pede apoio da bancada dos servidores e da liderança do governo na Alep

Durante a mobilização desta semana na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), a coordenação do Fórum das Entidades Sindicais (FES) entregou para a bancada dos servidores públicos um documento com os estudos econômicos que atestam a viabilidade do pagamento da data-base.

Em outra iniciativa, as lideranças protocolaram ao líder do governo na Alep, deputado Hussein Bakri (PSD), um ofício solicitando que seja marcada reunião com o governador Ratinho Junior (PSD).

Para o FES, o debate técnico sobre o assunto já foi esgotado e o pagamento da data-base depende exclusivamente de uma decisão política do governador. Os servidores reivindicam 4,94% referentes a inflação dos últimos 12 meses e negociação dos períodos anteriores.

Sem conceder reposição desde 2016, o governo do Paraná deve ao funcionalismo estadual mais de 17%. De acordo com o economista Cid Cordeiro, o prejuízo dos trabalhadores equivale a dois meses de salário a menos por ano.

Reunião com deputados da bancada dos servidores públicos na Alep