O Jornal Brasil de Fato confrontou os números e revelou em reportagem publicada no site que as vacinas recebidas pelo Estado do Paraná são insuficientes até para a população enquadrada no primeiro grupo prioritário – idosos internados em instituições de longa permanência, indígenas e profissionais da saúde.

Dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) mostram que foram enviadas ao Paraná pelo governo federal apenas 265 mil doses. Essa quantidade não cobre sequer os profissionais de saúde, que somam 272 mil. Como a vacinação deve ser feita em duas etapas, algo em torno de 132 mil pessoas podem ser atendidas nesse primeiro momento.

Além disso, um artigo publicado pelo site Porém.net mostrou que o governo Ratinho Jr. passou de protagonista para coadjuvante no que diz respeito às tratativas para obtenção das vacinas. Segundo o texto, o governo do Paraná fez negociações com China e Rússia, em setembro do ano passado, para compra de vacinas e até para produzir os imunizantes no Estado. Suspeita-se que o governo desistiu por interferência política em favor de laboratórios privados. Confira aqui.

Como se não bastasse, a Assembleia Legislativa abdicou de uma verba de R$ 100 milhões para a compra de vacinas e, até agora, pelo que se sabe, o governo não deu satisfação de como, quando e onde vai usar esses recursos.

“Ratinho Jr. age de forma negacionista em relação à pandemia, seguindo seu principal aliado, Jair Bolsonaro. O episódio envolvendo as vacinas é apenas uma parte dessa política que ofende o bom senso e menospreza a vida dos paranaenses”, salienta a professora Marlei Fernandes, da coordenação do Fórum das Entidades Sindicais (FES).

Na opinião da coordenadora-geral do SindSaúde, Olga Estefânia, há um descuido por parte do governo do Paraná com os profissionais de Saúde que estão na linha de frente do combate à covid-19. “Todos os dias recebemos relatos sobre a falta de condições de trabalho nos serviços de saúde do Paraná. Com a imunização não iria ser diferente. A propaganda nem de longe mostra a realidade vivida todos os dias por servidoras e servidores públicos”.