Em um dos momentos mais críticos da pandemia, quando o Estado do Paraná ultrapassa a marca de 500 mil infectados pelo novo coronavírus e 9 mil mortes devido à covid-19, o governador Ratinho Jr. assinou decreto de nº 6637, do dia 20 de janeiro, autorizando escolas estaduais públicas e privadas, entidades conveniadas com o Estado e Universidades públicas a retomarem as aulas presenciais.
A medida é complementar ao programa do governo do Estado que determina o retorno presencial das aulas no próximo dia 18 de fevereiro nas instituições públicas. “Não é a primeira ação do governador que mostra seu viés negacionista em relação à pandemia. A realização da prova para PSS no dia 10 de janeiro, as denúncias de falta de condições ideais de trabalho nas unidades de saúde e em outras áres do governo, como segurança pública, e a lentidão no que diz respeito ao programa de vacinação, são mostras evidentes da política negacionista de Ratinho Jr.”, destaca o presidente dos Sindarspen, Ricardo Miranda.
O decreto condiciona a volta às aulas à resolução nº 632, da SESA, de maio do ano passado. “Na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), por exemplo, não há como cumprir à risca a resolução em várias de suas dependências, como laboratórios, salas de atendimento, gabinetes e até mesmo alguns espaços da própria reitoria. O estado joga nas mãos dos reitores uma questão praticamente impossível de resolver. Além disso, a pergunta que fica é se o Estado vai providenciar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) em quantidade e qualidade suficientes para o funcionalismo público”, questiona o presidente do SINTESPO e membro do FES, Plauto Coelho.
A coordenação do FES está reunindo seus grupos de trabalho para tomar atitudes contra as várias ações do governo do Estado e o decreto de volta às aulas também será objeto de análise jurídica por parte dos integrantes do coletivo de sindicatos.