Servidoras e servidores públicos do Estado do Paraná realizaram na manhã desta quarta-feira, 26, uma manifestação em frente ao Palácio Iguaçu contra a intenção do governo Ratinho Jr. de impedir o reajuste pela inflação dos salários do funcionalismo assim como de congelar promoções e progressões de carreira.

“Nós denunciamos nesse ato protocolar, com todas as precauções para prevenção de infecções pelo novo coronavírus, a falta de diálogo com os servidores, tanto por parte do governador quanto da Assembleia Legislativa. Nesses cinco meses de pandemia, usando o pretexto da diminuição na arrecadação, o governador editou decretos e enviou propostas para a Alep que atacam diretamente os servidores, retirando seus direitos. Com a Assembleia não foi diferente, os deputados nos traíram e ignoraram acordo para que não fosse votado nenhum projeto de retirada de direitos”, disse o presidente da APP-Sindicato e membro da coordenação do Fórum das Entidades Sindicais (FES), professor Hermes Leão.

O governo continua a responder com inverdades sobre o congelamento de salários, carreiras e progressões. Segundo nota enviada aos veículos de comunicação em relação ao ato dos servidores, o governador afirma que um acordo firmado com a união para receber partes das perdas de arrecadação impede o Estado de aumentar gastos com folha salarial. “A desculpa de Ratinho Jr. não procede, pois já existe entendimento de que não é necessário congelar direitos dos servidores, inclusive com parecer da Procuradoria Geral do Estado. O governo segue atacando funcionárias e funcionários públicos de um lado e de outro concedendo isenções fiscais que chegam a 11 bilhões de reais por ano para grandes empresas e grandes proprietários de terras”, salienta a professora Marlei Fernandes, da coordenação do FES.

A manifestação também enfatiza a campanha do FES “A vida está acima do lucro” iniciada em março deste ano com o “Manifesto em favor da vida, do SUS e dos serviços públicos”. Nesse documento, as lideranças do FES fizeram previsões acertadas sobre as pressões do mercado contra as políticas estatais que atendem a população com saúde, educação e segurança. O manifesto também previu os ataques aos servidores e as ações genocidas do governo federal frente à pandemia, assim como o oportunismo de setores capitalistas contra políticas públicas de amparo e assistência.

Memória

Além desse protesto, os manifestantes também rememoraram a data de 30 de agosto de 1988, quando o governador Álvaro Dias reprimiu ato pacíficos dos professores e trabalhadores de escolas com bombas, cães e com a cavalaria da Polícia Militar.