Atropelando o regimento interno da Assembleia Legislativa (Alep) e até a Constituição Estadual, os deputados da base aliada do governo Ratinho Jr. aprovaram nesta quarta-feira, 4, a PEC da previdência pública do Paraná. Na prática, impuseram uma das maiores retiradas de direitos do funcionalismo público que se viu na história, com aumento de alíquota e de tempo de contribuição, além de diminuição dos benefícios. Ou seja, o servidor ativo terá que pagar mais, por mais tempo e receber menos. Os aposentados que antes eram isentos de contribuição até o teto do INSS poderão ser taxados em 14% do que exceder o valor de três salários mínimos.
Apesar da intensa tentativa de diálogo feita pelo Fórum das Entidades Sindicais (FES), através de ofícios, visitas aos gabinetes parlamentares, pressão através das mídias sociais até a deflagração de uma greve que uniu todas as categorias do serviço público, culminando num grande ato de protesto e ocupação das galerias da Alep, o governo e seus aliados do Legislativo se mantiveram irredutíveis.
Maior do que a truculência da Polícia Militar, que a mando do governador feriu manifestantes utilizando métodos já conhecidos como bombas de efeito moral, gases de pimenta e lacrimogênio, foi a postura autoritária dos governantes, hoje declarados inimigos do serviço público.
Para perpetrar essa verdadeira violência, os deputados se utilizaram de uma atitude covarde, mudando o lugar da sessão legislativa da Alep para a Ópera de Arame, onde, longe do clamor popular, discusaram para um plenário vazio atacando as lideranças sindicais e aprovando mais um “pacote de maldades” de Ratinho Jr.
Os fundos de previdência do funcionalismo público do Paraná, compostos pelas contribuições de todos os servidores, que já foram saqueados por outros governos, serão recompostos pelo próprio servidor.
Novamente, a corda arrebenta do lado mais fraco, obrigando professores, policiais, médicos, enfermeiros, agentes de saúde, merendeiras, agentes penitenciários e uma série de outras categorias a pagar a conta da incompetência da gestão do governo.
Por outro lado, Ratinho Jr. beneficia industriais, grandes proprietários de terra e muitas empresas de grande porte com absurdas renúncias fiscais que somam algo em torno de 11 bilhões de reais por ano. Nesse sentido, imita a lenda de Robin Hood, só que ao contrário, tira dos pobres para dar aos ricos.
No entanto, os servidores públicos aqui representados pelo FES não fogem da luta e se comprometem a tomar todas as medidas necessárias para reverter esse quadro de intenso ataque a quem, verdadeiramente, faz o desenvolvimento do Estado, ou seja, os funcionários públicos e a população paranaense. Resistiremos.