Sem respostas do governo, várias categorias já aprovaram estado de greve
As lideranças do Fórum das Entidades Sindicais (FES) intensificaram, nesta quarta-feira (29), a cobrança pelo pagamento da reposição salarial dos servidores públicos do estado. A movimentação aconteceu durante todo o dia na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).
Um documento foi entregue aos deputados (leia aqui) apresentando dados das finanças do estado. O ofício demonstra que a revisão salarial do funcionalismo pode ser concedida e não oferece riscos às contas públicas.
“Agora é uma decisão política do governador. Nós já debatemos todos os números, todos os dados, e está comprovado que é possível pagar a data-base”, explica o integrante da coordenação do FES, Ricardo Carvalho.
De acordo com o FES, o debate técnico foi esgotado e, para solução do impasse, os trabalhadores exigem uma reunião com o governador Ratinho Júnior (PSD). A categoria não abre mão da reposição de 4,94%, referente a inflação dos últimos 12 meses, e dos atrasados.
Nos últimos 30 dias foram realizadas seis reuniões entre representantes dos sindicatos, administração estadual e deputados. Segundo o FES, a Secretaria da Fazenda (Sefa) tem utilizado argumentos pessimistas sobre as contas públicas.
Devido a falta de respostas concretas, várias categorias já aprovaram estado de greve. É o caso dos professores e funcionários de escolas estaduais e dos servidores das universidades estaduais de Maringá e Ponta Grossa. Outras categorias agendaram assembleias nos próximos dias para deliberar sobre o assunto.
Ratinho prometeu
No último 29 de abril, mais de 10 mil servidores públicos lotaram as ruas de Curitiba para cobrar o pagamento da data-base. Dias antes, Ratinho Junior havia declarado à imprensa que não concederia reposição ao funcionalismo neste ano. A declaração contrariava promessa de campanha do governador e, diante do protesto, ele recuou e aceitou negociar com os trabalhadores.
Levantamento do FES, com base em relatórios da Sefa, revela também que Ratinho Junior assumiu a administração com o menor índice de gasto com pessoal dos últimos 10 anos. Outro dado favorável foi divulgado pela imprensa oficial do governo no final de março. O Paraná lidera o ranking nacional de saúde financeira.
O funcionalismo estadual está sem reposição desde 2016 e as perdas acumuladas já passam de 17%. De acordo com o economista do FES, Cid Cordeiro, por ano os funcionários estão perdendo o equivalente a dois meses de salário.
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