Ao editar o decreto que impõe uma nova validação de autorização para desconto em folha das mensalidades devidas a sindicatos e associação de servidores públicos do Poder Executivo, o governo Ratinho Jr. deixou de preparar a estrutura necessária para dar conta dos mais de 280 mil atendimentos.
Isso ficou evidente na nova reunião de mediação promovida pelo Ministério Público do Trabalho entre representantes governamentais e trabalhadores representados pelos sindicatos e associações de servidores/as de todo o Paraná. Houve também, mais uma vez, manifestação em frente ao MPT dos servidores/as e funcionários/as dos sindicatos contra o decreto.
Durante o encontro, os depoimentos colhidos pelo MPT na última segunda-feira, 10, foram mostrados em vídeo aos técnicos do governo. Os relatos dos servidores dão conta de inúmeras dificuldades ao procurar as repartições públicas para fazer a revalidação. Filas imensas, desorganização no atendimento, falta de informações precisas e incapacidade para soluções de problemas comuns foram algumas das reclamações.
“É cada vez mais óbvia a verdadeira intenção do governo com esse decreto. Em que pese o argumento de que a medida visa adequar os procedimentos do governo à Lei Geral de Proteção de Dados, tudo aponta para uma intenção clara de desfiliação em massa dos servidores de suas associações e sindicatos”, salienta Olga Estefânia, da coordenação do FES e da direção do SindSaúde.
Mais uma vez o conjunto de sindicalistas reiterou que a única solução para o impasse é a revogação do decreto ou, pelo menos, sua suspensão até que seja formada uma comissão paritária para encontrar meios de atender a alegação do governo sobre a LGPD sem prejudicar os servidores e suas representações.
Da parte do governo, foi dito que há um grupo de secretários e técnicos discutindo as dificuldades para fazer a revalidação, mas, até o momento, após quase um mês, não há respostas para essas situações. Por esse motivo, uma nova reunião foi marcada para a próxima quinta-feira, 20 de fevereiro.