Mês: junho 2021

Ratinho Júnior toma R$ 15 bilhões da Paranaprevidência

Sem nenhum diálogo e usando sua base fiel de apoio na Assembleia Legislativa para atropelar o processo de discussão de assuntos importantes ao funcionalismo público do Paraná, o governador Ratinho Júnior conseguiu aprovar, na quarta-feira, 23, projeto que o autoriza a sonegar mais de 15 bilhões de reais para a Paranaprevidência.

O PL 189, que altera as contribuições progressiva e suplementar aos fundos que sustentam a aposentadoria das servidoras e servidores foi aprovado por 40 votos a 9. Na prática, o governo vai reter em seus cofres 15 bilhões e cem milhões de reais. Esses recursos, que deveriam ser destinados por direito às servidoras e servidores, estarão à disposição do governo.

MENOS RECURSOS AO POVO, MAIS DINHEIRO PARA OS RICOS

“O modo de agir de governos que são inimigos dos servidores e da população em geral é usar de seu poder e influência para retirar direitos dos trabalhadores e destinar a grandes empresas, ricos, super ricos e, especialmente no Paraná, a setores do agronegócio. Essa é a marca do governo Ratinho Jr. Ao passo que tira das servidoras e servidores, programa aumentar as isenções fiscais de 12 para 17 bilhões de reais. Essas isenções só beneficiam quem já tem muito dinheiro. Ratinho Júnior tira da educação, segurança e saúde para manter uma guerra fiscal insana e beneficiar megaempresários”, aponta a coordenadora do SindSaúde, Olga Estefania

TRATORAÇO

Para fazer benesses aos mais ricos com o dinheiro da população paranaense, Ratinho Júnior conta com uma folgada base de apoio da Assembleia Legislativa do Paraná. Os projetos de interesse do governo são aprovados a “toque de caixa”, com pouca ou nenhuma discussão interna na Casa e sem consultar os setores que são afetados negativamente por suas propostas, no caso do PL 189, as servidoras e servidores.

A tática é sempre a mesma. O governo envia um projeto para a Assembleia e ordena à sua base para que aprove tudo em “regime de urgência”. Depois disso, nas comissões internas, eventuais emendas aos projetos apresentadas pelos deputados da oposição são ignoradas e descartadas. Depois disso o projeto vai para o plenário, que o aprova sem pestanejar, se negando ao debate de ideias.

A LUTA CONTINUA

O Fórum das Entidades Sindicais atuou de todas as maneiras para impedir mais esse saque aos fundos da previdência do funcionalismo público do Paraná. Os conselheiros que representam o FES na Paranaprevidência votaram contra as mudanças quando elas foram discutidas internamente.

Depois que o PL foi enviado para a Alep, a assessoria econômica do FES elaborou documento destinado aos deputados para mostrar os estragos que o projeto vai causar nos fundos de previdência.

Além disso, por meio de sua assessoria jurídica, o FES elaborou nove emendas para que o projeto pudesse beneficiar as servidoras e servidores e as enviou para a Assembleia. Todas foram descartadas pelos deputados que apoiam Ratinho Júnior.

Por fim, respeitando as medidas de combate à pandemia, representantes dos sindicatos do FES protestaram contra o projeto em frente à Alep no último dia 22 de junho.

Agora, o FES vai estudar todas as formas para que mais esse saque aos recursos da Paranaprevidência seja anulado. “Estamos lutando contra um governo autoritário, apesar de Ratinho Júnior ter prometido em campanha que seria o governo do ‘diálogo’. Trabalhamos para fazer justiça ao funcionalismo público antes da proposta ser aprovada. Na sequência, vamos acionar nossa assessoria jurídica para estudar formas de devolver os recursos da Paranaprevidência aos seus verdadeiros donos, os servidores do Estado”, salientou José Maria Marques, presidente do Sinteemar e membro da coordenação do FES.

ENTENDA A MANOBRA DO GOVERNO

Em 2019, o governo alegou que os fundos da Paranaprevidência estavam sob risco e determinou o aumento da contribuição de servidoras e servidores de 11% para 14%. Além disso, tributou os(as) aposentadas(os) que recebem valores acima de três mil reais, anteriormente isentos.

Agora, ao perceber que os fundos estão saudáveis, o governo quer deixar de pagar o que é de sua responsabilidade, retendo os recursos para si.

Governo Ratinho Jr. se nega a debater ataque à Paranaprevidência

Servidoras e servidores públicos do Paraná fizeram uma manifestação em frente à Assembleia Legislativa nesta terça-feira, 22, para protestar contra Projeto de Lei 189, que pretende dar direito ao governo não repassar aproximadamente 15 bilhões de reais ao Paranaprevidência.

Desde o início das discussões sobre o assunto, o governo não dialogou e agora usa sua base de apoio na Assembleia Legislativa para aprovar uma lei que prejudica o funcionalismo Público. “Essa proposta sequer passou pelo Conselho de Administração da Paranaprevidência. Na Assembleia, o projeto tramita em regime de urgência, o popular ‘tratoraço’”, aponta o conselheiro da Paranaprevidência, José Maria Marques.

Durante a manifestação, foi realizada uma reunião entre as lideranças do Fórum das Entidades Sindicais (FES) com o presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano, e com os deputados líderes do governo, Hussein Bakri e Gugu Bueno. No entanto, o líder de Ratinho Júnior na Alep, informou que o debate sobre o assunto está encerrado.

Durante a reunião, Bakri ainda acenou com a possibilidade de diálogo em apenas um ponto, a suspensão do desconto para aposentados que tenham vencimentos abaixo do teto do INSS. “O governo não chamou os principais interessados no assunto para discutir e encerrou o debate. Ainda aguardamos que haja sensibilidade pelo menos em relação aos aposentados. Mesmo assim, é importante salientar que fizemos as emendas ao projeto e queremos que elas sejam aprovadas para redistribuir o superávit da Paranaprevidência, ou seja, que o projeto beneficie quem sustenta os fundos previdenciários, as servidoras e servidores”, disse a professor Marlei Fernandes, da coordenação do FES.

A proposta do governo deve ir a Plenário nesta quarta-feira, 23, depois que a análise das emendas seja feita pela Comissão de Constituição e Justiça.

Governo quer sonegar R$ 15 bilhões ao Paranaprevidência

O governador Ratinho Jr. pretende, mais uma vez, punir servidoras e servidores públicos se apropriando de recursos que seriam destinados aos fundos da Paranaprevidência. Os cálculos da assessoria econômica do FES mostram que o governo pretende deixar de pagar mais de 15 bilhões de reais.

Documento elaborado pelo FES aponta que “O novo Plano de Custeio apresentado no Projeto de Lei 189/2021 traz duas alterações importantes” que redundam em retirada de aportes do governo para os fundos da Paranaprevidência. Na primeira, o governo economiza R$ 1,4 bilhão, ao alterar a contribuição progressiva e na segunda deve deixar de pagar R$ 13,7 bilhões ao reduzir a contribuição suplementar.

Usando o regime de urgência para atropelar a discussão, o Projeto de Lei 189 foi aprovado em primeira discussão em 16 de junho. Em nenhum momento o governo debateu a matéria com servidores ou suas representações sindicais.

O projeto recebeu nove emendas dos parlamentares de oposição, que serão discutidas na Comissão de Constituição e Justiça. Desse modo, a matéria deve voltar ao plenário na próxima semana para ser votada definitivamente.

“O FES repudia essas alterações porque o governo quer se beneficiar de um superávit gerado pela reforma da previdência que onerou servidoras e servidores públicos, aumentando o desconto da contribuição de 11% para 14%. Isso na prática foi uma redução de salário. Agora, ao perceber que os fundos da Paranaprevidência vão ter superávit, o governo quer deixar de pagar o que é de sua responsabilidade”, aponta José Maria Marques, da coordenação do FES e membro do Conselho da Paranaprevidência.

As emendas ao PL 189 apresentadas pelos deputados da oposição são sugestões do FES e pretendem que o governo distribua de maneira justa o superávit da Paranaprevidência. Uma das emendas propõe retornar o desconto em folha de 14% para 11% beneficiando também os servidores. “Se são os servidores que estão proporcionando o superávit, nada mais racional do que distribuir esses recursos, desonerando também o funcionalismo público”, aponta a professora Marlei Fernandes, da coordenação do FES.

Confira abaixo a íntegra do documento elaborado pelo FES. As emendas ao projeto também podem ser acessadas nesse link.

FES contesta dados econômicos do governo Ratinho Jr.

A assessoria econômica do Fórum das Entidades Sindicais (FES) elaborou uma nota técnica contestando os números apresentados na prestação de contas do último quadrimestre pelo secretário Renê Garcia, em 25 de maio na Assembleia Legislativa.

O documento mostra que o governo fez a superestimação da despesa, subestimação da receita e projeções equivocadas. Essa maquiagem dos dados serve para que Ratinho Jr. se ampare para recusar a negociar com servidoras e servidores, apesar de ter todas as condições de pagar o reajuste firmado em acordo, debater o saldo retroativo de defasagem salarial e pagar as promoções e progressões.

Confira o documento na íntegra: