Ao invés de apresentar respostas e soluções para péssimas condições de trabalho submetidas aos servidores públicos do Paraná, o governo anunciou que vai fazer um “pente fino” nos atestados médicos desses trabalhadores. A medida criminaliza a categoria e tenta esconder os verdadeiros problemas e descasos enfrentados pelo funcionalismo.
“O problema que nós temos é uma perícia médica que atende mal os servidores, que destrata as pessoas que vão lá. As pessoas vão adoecidas e voltam para casa mais adoecidas, porque são tratadas de forma irregular e agressiva muitas vezes”, denuncia a integrante da coordenação Fórum das Entidades Sindicais do Paraná, professora Marlei Fernandes.
A dirigente destaca que os servidores públicos não temem nenhuma investigação e que o procedimento do governo só vai comprovar a necessidade urgente de resolver as reivindicações dos sindicatos, que cobram melhores condições de trabalho.
“Sabemos que os servidores, quando vão em uma perícia médica e levam um atestado médico, é porque de fato estão adoecidos. O problema é que o governo trata isso de forma generalizada e criminaliza. Dá a impressão para a sociedade que todos os servidores públicos ficam fazendo atestados falsos. Isso é uma mentira”, afirma Marlei.
Além de diversos problemas relacionados com péssimas condições de trabalho, no Paraná, os servidores estão há mais de três anos com salários congelados. Enquanto o custo de vida sobre, a renda da categoria sofreu uma queda de 16,4%, índice das perdas acumuladas no período sem o pagamento da reposição da inflação, prevista em lei.
Para exigir atitude do governo estadual e o cumprimento da legislação, no dia 29 de abril os servidores públicos vão realizar uma paralisação em todo o estado. Na pauta do movimento está também o protesto contra a reforma da previdência apresentada por Bolsonaro (PSL).