Em tratamento por transtornos de ansiedade crônicos, a professora Rosiclei Vinter Siriaco, de 58 anos, é apenas um(a) dos(as) servidores(as) públicos(as) que têm ficado ainda mais doente por conta do atendimento precário e desumano da perícia médica oferecida pelo governo do Paraná.
A professora, que mora em Cidade Gaúcha, noroeste do estado, a 561 km da capital, é uma das personagens de uma reportagem do site Plural, que apurou o calvário vivido pelos(as) trabalhadores(as). A matéria também relata a luta da APP-Sindicato para que o governo solucione o problema com urgência.
“Meu médico pede pra eu parar 180 dias, o perito dá sete. Sem falar que mandam a gente até calar a boca. Eles não são humanos. “Toda vez que vou pra perícia não durmo a noite, tenho dor no peito, angústia de saber que tenho que viajar e passar por isso de novo. Quando vejo o perito começo a tremer, me dá dor no peito. Antes não era assim. Não sei o que esse governo quer. Estou em desespero. Estou mais doente do que eu já estava”, desabafa a professora.
O agente educacional, Daniel Tomé da Silva, com laudo médico atestando incapacidade definitiva para o trabalho, também está indignado. Ele mora em Peabiru, 480 km de Curitiba, e precisou vir a Curitiba duas vezes só no último mês. Além dos gastos, conta ter ouvido da perícia que “não tenho nada, que é simples, é só fazer um tratamento de varizes”.
“Estou frustrado, desiludido, com raiva desses peritos que são clínicos, não conhecem o problema da gente e ainda duvidam dos médicos especialistas. Eles são desumanos”, desabafa o servidor.
O secretário de Saúde e Previdência da APP-Sindicato disse à reportagem que o descaso do governo é frequente e que, só nos últimos dias, pelo menos 15 servidores(as) procuram o sindicato para denunciar essa situação.
Segundo o Plural, das 18 unidades da Divisão de Medicina e Saúde Ocupacional (DIMS) do Paraná, oito estão sem médicos peritos e há dez anos não há concurso público para o cargo. A reportagem destaca que essa defasagem faz com que muitos servidores(as) do interior precisem vir à capital para realizar as avaliações. Em alguns casos, são mais de 500 km, três vezes em menos de um mês.
Procurada pelo Plural, a Secretaria de Estado da Administração e Previdência (SEAP) informou também que não há previsão para novo concurso público para suprir a falta desses(as) profissionais.
Leia a reportagem completa no site http://plural.jor
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