Serviços públicos existem para suprir as necessidades da população e ainda contribuírem para o desenvolvimento econômico e social do país, com base na universalização do atendimento.
Uma vez que a prestação desses serviços se dá pelo trabalho de servidores, são eles os responsáveis por transformar em realidade as políticas públicas que beneficiam a população.
São trabalhadores dedicados, que enfrentaram árduos processos seletivos, e que já se habituaram a fazer mais pela população apesar das difíceis condições dadas pelos governos – como se submeter a trabalhar em horas extras que nunca serão pagas, muitas vezes usando o próprio salário para garantir produtos essenciais ao cumprimento de suas tarefas, defasagem salarial (em algumas esferas, servidores estão com salários completamente congelados há mais de 6 anos, porque não há obrigatoriedade de reajuste) e muitos outros problemas.
Além disso, como constroem carreiras sólidas, estão em constante aperfeiçoamento e vão se tornado cada vez mais especializados em suas funções.
Mas setores que pretendem lucrar sobre as necessidades da população tentam criar um senso comum e estereótipos para que a população pense que os servidores são os culpados quando o Estado não é eficiente.
Trata-se de uma imagem falsa e que desconsidera fatores muito mais complexos:
- Ambientes de trabalho pouco salubres;
- Burocracia excessiva e dispensável à execução de certas atividades;
- Falta de estímulo dos gestores à contínua qualificação dos profissionais;
- Precarização, obrigando servidores a usar recursos próprios para comprar básicos;
- Quantidade de funcionários inferior às necessidades para cumprir com o volume de atividades.
- Falta de pessoal para garantir melhor atendimento ao público
E esses são apenas alguns exemplos.
Mas geralmente, quando está insatisfeito, o cidadão comum não consegue chegar até os gestores ou até os governantes para apresentar sua reclamação, e acabam transferindo a responsabilidade para os servidores, que estão ali na ponta, fazendo o atendimento.
O problema é que os funcionários públicos não são aqueles que possuem condições políticas e econômicas para implementar as melhorias necessárias.
A demora no atendimento em hospitais públicos, as limitações que impedem o avanço na educação, a lentidão de processos no Judiciário, ou mesmo as falhas na segurança pública (só para citar exemplos comuns), são todos problemas causados pela falta de investimentos em patamares necessários para garantir serviços mais eficazes.
A solução para que os atendimentos sejam mais eficientes não está na culpabilização dos servidores, e sim no exercício da cidadania por toda a população, começando pela cobrança dos governantes, para que atendam às necessidades do povo e deixem de priorizar as camadas mais privilegiadas (que se beneficiam de isenções fiscais bilionárias, projetos de lei que aumentam seus lucros, sonegação etc).
Com a união entre população e funcionalismo será possível exigir do Poder Público o cumprimento de suas obrigações, sem que seja necessário ao Estado se desfazer de suas atribuições. Assim, teríamos políticas públicas mais abrangentes, com mais pessoas sendo atendidas e mais qualidade.
Por isso defenda o que é público. É para todos!