Funcionalismo está há mais de três anos sem receber a reposição anual da inflação

Um levantamento elaborado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) revela o tamanho do prejuízo dos servidores públicos do Paraná que estão com os salários congelados desde 2016.

Enquanto tarifas e preços públicos tiveram aumentos de até 41%, as perdas na remuneração do funcionalismo atingiram 16,38% em março deste ano. A previsão do instituto é de que, em maio, quando vence a data-base, o arrocho vai atingir índice negativo de 17,02%.

Segundo o DIEESE, entre dezembro de 2015 e março de 2019, a conta de água e esgoto subiu 30,71%, o gás de cozinha 22,42% e as tarifas de pedágio tiveram variação de 14,85% (Rodonorte, Praça 5 – Tibagi) a 41,07% (Viapar, Praça 5 – Campo Mourão). No mesmo período, os salários mínimos nacional e regional tiveram aumento acima de 26%.

“As tarifas têm pressionado e muito a renda dos trabalhadores do Paraná e pressionam ainda mais os servidores estaduais que estão desde 2016 sem reajustes, afetando de modo significativo o seu poder aquisitivo”, destaca economista responsável pelo estudo, Fabiano Camargo da Silva.

Protestos

Durante a campanha eleitoral, o governador Ratinho Junior (PSD) prometeu pagar a data-base, mas agora sinalizou a intenção de não cumprir a palavra. Em protesto, os servidores vão realizar paralisações e protestos no dia 29 de abril, em Curitiba.

“Nossos estudos econômicos comprovam que o Estado tem a melhor condição financeira dos últimos 10 anos em relação às despesas com pessoal. Ou seja, tem dinheiro. Os servidores não aguentam mais essa situação. Estamos mobilizados e vamos parar no dia 29 para exigir o cumprimento da lei e os nossos direitos”, comenta a integrante da coordenação do Fórum das Entidades Sindicais, Marlei Fernandes.

A manifestação terá início às 9h na Praça Santos Andrade. Na sequência, os trabalhadores vão em caminhada até o Palácio Iguaçu para exigir do governador negociação com as categorias para pagamento da dívida.