Dados apresentados aos(às) deputados estaduais confirmam que o governo tem dinheiro para pagar a reposição do funcionalismo
Mais de 30 entidades representantes dos(as) servidores(as) públicos(as) lotaram o Plenarinho da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), nesta terça feira (23), para debater com deputados(as) estaduais de vários partidos a postura do governo Ratinho Junior (PSD) sobre a data-base.
Sem reposição da inflação há mais de três anos, o funcionalismo já acumula perdas de 17% e o governador, que na campanha eleitoral prometeu o pagamento, declarou à imprensa a intenção de manter o congelamento.
“O governo tem condições orçamentária, fiscal e legal para pagar a data-base. No ano passado o Estado atingiu o menor índice de gasto com pessoal dos últimos 10 anos e houve R$ 2 bilhões em excesso de arrecadação”, explicou o economista Cid Cordeiro.
“Estamos completando 44 meses sem reposição e perdendo o equivalente a dois meses de salário por ano. Nem estamos pedindo aumento real. Nosso interesse é o Estado forte e que o servidor faça parte desse Estado forte com seus direitos garantidos”, destacou a integrante da coordenação do Fórum das Entidades Sindicais, Marlei Fernandes.
Ao usar a palavra, o presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Leão, lamentou a necessidade de todo o debate para exigir um direito que oferece dignidade aos(às) servidores(as) públicos(as) e acrescentou a discussão sobre as condições de trabalho. “Não é possível continuar com altos índices de adoecimento nas nossas categorias e ainda ameaças pelas redes sociais de retiradas de direitos”, enfatizou.
Hermes comentou ainda sobre a mobilização do funcionalismo para a greve no dia 29 de abril. A manifestação em Curitiba terá caravanas de todas as regiões do estado. A concentração será às 9h na Praça Santos Andrade. Em caminhada, os(as) servidores(as) seguirão até o Palácio Iguaçu para pressionar o governador.
Manifestação e pressão de deputados(as)
O deputado estadual Professor Lemos (PT) defendeu a reivindicação dos(as) servidores(as) e ressaltou que a realização da audiência foi um requerimento assinado por 16 deputados(as). “Queremos serviços públicos de qualidade e nossos servidores precisam de salários justos, Para isso, o governo tem quem, no mínimo, respeitar a data base”, afirmou.
Já o deputado Soldado Fruet Pros) não economizou palavras para criticar o governo e disse que Ratinho Junior é incompetente e não está honrando com a sua palavra. “Ele estava há oito anos dentro do governo. Chegou na época da eleição achou uma solução (para a data-base). Mudou a cadeira, acabou a solução. Quem está sofrendo com tudo isso é o servidor público e está mais do que provado que ele (o governo) pode pagar a data-base”, disse.
Para o deputado Arilson Chiorato (PT), Ratinho está seguindo o mesmo caminho de Beto Richa (PSD) ao negar pagamento da data-base e ameaçar retirar direitos. Para a deputada Luciana Rafagnin (PT), é uma humilhação para o servidor público ter que fazer greve para reivindicar o que já é assegurado pela lei.
Outro deputado a usar a fala, Tercilio Turini (PPS, disse que a data-base é a maior preocupação do seu mandato e que a necessidade de resolver o assunto é urgente. O deputado Tadeu Veneri (PT) também disse que o governador Ratinho está usando os mesmos argumentos de Beto Richa e que os reflexos desses atos afetam diretamente a qualidade dos serviços públicos e a população.
Além dos(as) que fizeram uso da palavra no decorrer da audiência, assinaram o requerimento os(as) deputados(as) Soldado Adriano José (PV), Delegado Jacovós (PR), Delegado Recalcati (PSD), Coronel Lee (PSL), Subtenente Everton (PSL), Nelson Luersen (PDT), Goura (PDT), Requião Filho (PMDB), Boca Aberta Junior (Pros) e Homero Marchese (Pros). Durante o evento também foi lançada a bancada de Defesa do Serviço Público e Servidores do Estado.
Fonte: APP-Sindicato