Governo do Paraná lidera ranking nacional de saúde financeira e o funcionalismo cobra negociação para a data-base
Em uma coletiva sobre os 100 primeiros dias de seu governo, Ratinho Junior (PSD) disse nesta segunda-feira (15) que a ideia é não dar a reposição da inflação aos servidores públicos estaduais, que já estão com os salários congelados há mais de três anos. A declaração contraria as promessas feitas pelo então candidato e aumentou a indignação das categorias, que vão protestar com uma paralisação marcada para o dia 29 de abril.
“Mais uma vez o governo dá notícias pela redes sociais. Isso é uma afronta aos servidores. Nós queremos mesa de negociação e isso implica em querer ouvir e debater, ao invés de já ter uma posição fechada sobre o que vai acontecer este ano. Os servidores não aceitam isso. Não passaremos mais um ano sem reposição salarial. Que o governador venha fazer o debate e não fique apresentando reposta pelas redes sociais”, criticou a integrante da coordenação do Fórum das Entidades Sindicais, Marlei Fernandes.
Prometeu – Durante a campanha eleitoral do ano passado, Ratinho prometeu pagar a data-base. Ele disse ainda que um dos primeiros atos do seu governo seria sentar com os líderes dos sindicatos para negociar o percentual a ser concedido nos quatro anos do seu mandato. Até agora isso não aconteceu e as mensagens do governador e sua equipe têm sinalizado, até o momento, planos para retirar direitos do funcionalismo, como as licenças especiais e o quinquênio.
Tem dinheiro – A alegação utilizada pelo governo é de que não tem dinheiro. Para os trabalhadores, a estratégia é a mesma utilizada pelas gestões Richa (PSDB) e Cida (PP), de terrorismo fiscal. A versão do governador é contestada pela sua própria administração que, dias atrás, publicou matéria destacando o Paraná como líder em ranking nacional de saúde financeira das contas pública.
Os números da assessoria técnica dos sindicatos também rebatem as alegações da administração estadual. De acordo com o economista Cid Cordeiro, a arrecadação do Paraná tem crescido nos últimos anos e o aumento de 16% na conta de luz em 2018 também engordou o caixa do governo com mais recursos vindos do ICMS.
Perdas – A data-base definida em lei para o pagamento da reposição salarial, que atualiza o valor do salário do funcionalismo público do Paraná de acordo com a inflação, é o dia primeiro de maio. Sem receber o direito desde 2016, a categoria acumula defasagem de 16,4% nas remunerações.
Diante do impasse, Marlei Fernandes afirma que o funcionalismo público vai fortalecer a mobilização e a cobrança de reunião para negociação com o governador. “Continuaremos a luta intensa pela reposição da inflação. É direito dos trabalhadores”, declarou.
- Representantes do FES acompanham votação da data-base no STF
- Sindicatos se mobilizam contra privatização da Celepar
- Ato na Boca Maldita reúne servidores e reforça luta contra o confisco previdenciário
- Ato nacional contra o confisco previdenciário acontece na Boca Maldita nesta quinta, 24
- FES intensifica mobilização contra o confisco previdenciário e a PEC 66/2023