Sindicatos cobram resposta do governador para o pagamento da data-base
A paralisação dos servidores públicos estaduais, que cobrou do governador Ratinho Junior (PSD) o pagamento da reposição salarial, está completando 30 dias. Sem respostas do governo, trabalhadores de várias categorias aprovaram estado de greve e o Fórum das Entidades Sindicais (FES) realiza, nesta quarta-feira (29), uma mobilização na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP).
As lideranças dos sindicatos vão dialogar com os deputados em busca de apoio e avanço na pauta de reivindicações. As ações terão início às 9h e serão retomadas no período da tarde, a partir das 14h, antes e durante a sessão plenária dos parlamentares.
A integrante da coordenação do FES, Marlei Fernandes, explica que o objetivo é aumentar a pressão para que o governador tome uma decisão. “Não existe nenhum impedimento técnico, legal ou financeiro. A decisão é política e só depende do governador”, comentou.
Segundo Marlei, foram realizadas seis reuniões com representantes da administração estadual, mas o impasse continua porque o governo faz interpretação equivocada sobre as contas públicas e ainda não apresentou propostas.
Os trabalhadores reivindicam reposição de 4,94%, referente a inflação dos últimos 12 meses, e o pagamento dos atrasados. Sem atualização nos salários desde 2016, as perdas acumuladas já passam de 17%. De acordo com o economista do FES, Cid Cordeiro, por ano os funcionários estão perdendo o equivalente a dois meses de salário.
Insatisfeitos, os servidores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) aprovaram, nesta terça-feira (28), estado de greve. A mesma decisão também tomada pelos funcionários da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), desde abril, e por professores e funcionários de escola representados pela APP-Sindicato, no último sábado (25). A tendência é que o movimento de preparação para uma possível greve seguido por outras categorias no próximos dias.
Ratinho prometeu
No último 29 de abril, mais de 10 mil servidores públicos lotaram as ruas de Curitiba para cobrar o pagamento da data-base. Dias antes, Ratinho Junior havia declarado à imprensa que não concederia reposição ao funcionalismo neste ano. A declaração contrariava promessa de campanha do governador e, diante do protesto, ele recuou e aceitou negociar com os trabalhadores.
Levantamento do FES, com base em relatórios da Secretaria da Fazenda, revela também que a gestão Ratinho Junior assumiu a administração com o menor índice de gasto com pessoal dos últimos 10 anos. Outro dado favorável foi divulgado pela imprensa oficial do governo no final de março deste ano. O Paraná lidera o ranking nacional de saúde financeira.
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